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BRUXISMO

22 de dezembro de 2016

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Especialista em dor orofacial fala sobre os sinais, sintomas e tratamentos para o “ranger” dos dentes

Você sente cansaço ou dores na face? Seus dentes e restaurações estão quebrando sem motivo aparente? Sua mandíbula trava ao acordar ou percebe marcas de mordida na sua língua e bochecha? Você pode estar com bruxismo!

O bruxismo é uma atividade parafuncional dos músculos da mastigação, que pode acontecer enquanto estamos acordados, chamado bruxismo de vigília, ou enquanto dormimos, o bruxismo do sono, e se caracteriza pelo ranger, apertar ou esfregar os dentes entre si.

No caso dos pacientes que rangem os dentes enquanto dormem, o companheiro, muitas vezes, é quem o alerta do que está acontecendo, mesmo antes dos sintomas aparecerem,  devido ao som produzido durante o ranger. A confirmação desse fato pode ser feita por um exame chamado Polisonografia, no qual o paciente dorme sendo monitorado e, com isso, diversos aspectos do sono são avaliados.

Ainda não há estudos que definam uma causa para essa condição, ou seja, não há um motivo definido para o início do bruxismo, mas sabemos que vários fatores influenciam para que ele aumente, como o estresse, a ansiedade ou a qualidade do sono.

Porém, o bruxismo pode ser secundário a algumas outras condições, por exemplo, o uso de certos medicamentos. Nesse caso, é importante observar se os episódios de bruxismo, os incômodos e dores relacionados a ele iniciaram no mesmo período em que o paciente começou o tratamento medicamentoso. Caso isso se confirme, é interessante conversar com o médico responsável.

O bruxismo do sono é mais frequente em crianças e essa frequência vai diminuindo gradativamente até os idosos. Cerca de 35%  dos casos de bruxismo nas crianças persistem na fase adulta. Fatores genéticos podem ter um papel importante, já que filhos de pais que rangem os dentes são cerca de 1,8 vezes mais afetados do que de pais que não rangem. Outros fatores, como problemas respiratórios, distúrbios neurológicos ou até algumas síndromes, podem estar relacionados com o aparecimento do bruxismo na fase infantil.

Não há predileção por sexo, porém, os estudos indicam que as mulheres parecem apresentar mais o bruxismo durante o sono e os homens acordados.

Qual seria então o tratamento adequado? Na verdade, o que fazemos é controlar os efeitos secundários ao bruxismo, como, por exemplo, o desgaste dental e a dor muscular mastigatória.

Para isso, damos preferência a tratamentos não invasivos e reversíveis, como o uso de placas interoclusais, a aplicação de exercícios e terapias físicas, relaxamento e higiene do sono.

A placa interoclusal, muito conhecida como placa de mordida, apesar de inicialmente mostrar-se eficaz no controle da dor muscular, tem importante papel como proteção ao desgaste dental e fraturas de dentes, próteses e restaurações. O uso dessas placas em crianças deve ser acompanhado com cautela, devido ao crescimento e desenvolvimento craniofacial.

A higiene do sono é importante para controlar os episódios enquanto dormimos, então, evitar o uso de celulares, televisão, videogames e outras atividades ou alimentos estimulantes próximos ao horário de dormir, ou seja, buscar um relaxamento adequado para um sono melhor e mais tranquilo.

Técnicas de tratamento cognitivo comportamental também podem ser alternativas coadjuvantes para o controle do hábito de apertar e ranger os dentes e isso mostra a importância do acompanhamento multidisciplinar para o paciente.

Agora, se você já notou que aperta ou mantém os dentes encostados durante o dia, seja quando está concentrado em alguma atividade, estressado, ansioso com alguma situação ou por hábito, tente fazer o exercício de se policiar e lembrar-se de desencostar os dentes.

O bruxismo é uma condição bem comum na população e estima-se que 85 a 90% das pessoas possam apresentar episódios de ranger ou apertar os dentes em algum momento da vida. Portanto, se você se enquadra nesse grupo, não deixe de procurar um cirurgião dentista especializado na área.


Por Dra. Rebeca Deji Moura Lima
Bucomaxilo da Cruz Azul, com especialização em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial

Categoria(s): Cruz Azul | Palavra de Especialista | Saúde
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