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Vacinação HPV

Vacinação HPV

REDE PÚBLICA AMPLIA VACINA CONTRA HPV

24 de abril de 2017

Pediatra da Cruz Azul fala sobre a importância da vacinação para o público masculino

A infecção por Papilomavírus Humano (HPV) é uma doença sexualmente transmissível que pode causar várias doenças anogenitais em homens e mulheres, incluindo o câncer de colo de útero (cervical) e também retal, até orofaríngeo, vulvar e peniano.

Com foco na prevenção, a vacina quadrivalente contra o HPV faz parte do calendário de vacinação do SUS, protegendo contra os quatro tipos de vírus mais comuns no país. Essa imunização já era gratuita para meninas entre 9 e 14 anos de idade e, desde 2016, a rede pública passou a vacinar também os meninos de 12 e 13 anos, com o compromisso de aumentar gradativamente a faixa etária até 2020.

O Brasil é o pioneiro na América Latina e o sétimo no mundo a disponibilizar a vacinação HPV para garotos, o que é muito importante, pois além da proteção contra câncer de pênis, ânus e orofaringe na população masculina, também protegerá as mulheres de câncer de colo uterino.

Além disso, a faixa etária precoce torna a vacina potencialmente mais eficaz, uma vez que estará sendo administrada antes do primeiro contato sexual e a contaminação ocorre juntamente ao início dessa atividade.

HPV relacionado às doenças masculinas

Estima-se que a incidência do câncer peniano e lesões precursoras em 2008 foram por volta de 22.000 casos no mundo, sendo que 50% são atribuídos ao HPV. Os tipos 16 e 18 causam aproximadamente 35-40% deles.

HPV relacionado às doenças masculinas e femininas
O câncer anorretal e lesões precursoras têm uma incidência de 27.000 casos por ano. Os tipos 16 e 18 são responsáveis por aproximadamente 70–85% das ocorrências. Já os tipos 6 e 11 estão relacionados a cerca de  90%  das  verrugas  genitais, porém, não há incidências descritas destas lesões.

O HPV também pode estar associado a carcinoma de células escamosas da cabeça e pescoço, orofaringe, base da língua e tonsilas.

Tipos de vacina

– Gardasil: vacina quadrivalente constituída pelos tipos 6, 11, 16 e 18.

– Gardasil 9: vacina 9 valente constituída pelos tipos 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58.

– Cervarix: vacina bivalente constituída pelos tipos 16 e 18.

Ao receber a imunização, o corpo produz os anticorpos necessários para combater a doença e, caso a pessoa seja infectada, ela não desenvolve o HPV, ficando protegida.

Os efeitos colaterais podem variar de dor no local da aplicação, febre e mal-estar nos primeiros dias, porém, estes últimos são pouco comuns.


Quem deve tomar a vacina
A vacina é segura e tem eficácia comprovada durante 8 a 9 anos, podendo ser tomada por:

Homens e mulheres entre 9 e 26 anos que ainda não tenham iniciado a sua vida sexual ou que ainda não entraram em contato com o vírus.

Mulheres em tratamento do HPV, com o objetivo de prevenir a infecção por outros tipos de HPV.

Meninos e meninas que já não são virgens também podem tomar a vacina, mas a sua eficácia pode estar diminuída, pois podem ter estado em contato com o vírus.


Quando não se pode tomar a vacina
A imunização do HPV não deve ser administrada em casos de:

Gravidez (a vacina pode ser tomada logo após o nascimento do bebê, sob orientação do obstetra);
Se tem algum tipo de alergia aos componentes da vacina;
Em caso de febre ou doença aguda;
Doenças como trombocitopenia (redução do número de plaquetas) e problemas de coagulação sanguínea.

Campanha de Vacinação
É necessário tomar duas doses da vacina, sendo que a 1ª dose está disponível em escolas públicas e privadas ou em postos de saúde da rede pública. A 2ª dose deve ser tomada em uma unidade de saúde seis meses após a primeira ou ainda em uma segunda temporada de vacinação promovida pelo SUS.

Homens e meninos portadores de HIV/AIDS entre 9 e 26 anos deverão receber três doses que serão administradas com intervalos entre as doses de seis meses.

Importante
A vacina pode ajudar a prevenir a infeção pelo HPV e o câncer de colo do útero, mas não é indicada para tratar a doença. Por isso, também é essencial usar o preservativo em todos os contatos íntimos e, além disso, a mulher deve consultar o ginecologista, pelo menos, uma vez por ano e realizar exames como o Papanicolau.

Por Dr. José Carlos Fernandes
Coordenador Médico do Bloco Pediátrico do Hospital Cruz Azul
Especialista em Pediatria e em Terapia Intensiva Pediátrica

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