DEZEMBRO VERMELHO – HIV, ISTS E HEPATITES VIRAIS

Neste mês, a Cruz Azul de São Paulo promove a campanha Dezembro Vermelho – HIV, IST’s e Hepatites Virais, chamando a atenção de nossos pacientes e colaboradores para a prevenção, assistência e proteção dos direitos das pessoas infectadas pelo vírus. A ação foi instituída no Brasil em 2017, como projeto de Lei nº 13.504/2017.

De acordo com o médico infectologista, Doutor Aldo Luís Lembo Silveira, algumas descrições remontam da antiguidade, quando algumas civilizações realizavam rituais que podiam espalhar estas doenças.

“No Egito antigo, as tumbas já apresentavam registros sobre Sífilis. No final do Século XV, início do século XVI, houve um surto da doença na Europa, com milhões de infectados e mortes. Somente no século XX, com a chegada da Penicilina em 1943, surgem tratamentos eficazes para essas enfermidades. Posteriormente, apareceram outros antibióticos, vacinas (Hepatites A e B e HPV) e antivirais”, aponta Doutor Aldo.

Inicialmente, estas doenças eram conhecidas pela nomenclatura Doenças Venéreas, fazendo alusão à deusa romana do amor, Vênus. Posteriormente, foram chamadas de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Atualmente, optou-se por denominar Infecções Sexualmente Transmissíveis, uma vez que muitas infecções podem manter-se assintomáticas, não caracterizando que o indivíduo está doente, mas pode estar infectado e transmiti-las. 

“As IST são causadas por mais de 30 agentes etiológicos (vírus, bactérias, fungos e protozoários) e podem ser transmitidas, principalmente, de uma pessoa à outra pelo contato sexual, e de forma eventual, por via sanguínea (uso de materiais não esterilizados ou compartilhamento de agulhas)”, indica o médico infectologista. 

A transmissão também pode acontecer de mãe para criança, durante a gestação, parto ou amamentação. Inicialmente, essas infecções podem se apresentar como úlceras genitais (Herpes e Sífilis), corrimento uretral e vaginal (gonorreia, infecção por Clamídia, candidíase vaginal) e verrugas anogenitais (Condiloma Acuminado – HPV). “É importante lembrar que as feridas podem surgir também em outras regiões, como mãos, dedos e bocas”, completa o Doutor Aldo Luís Lembo Silveira.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um milhão de pessoas adquirem uma IST diariamente. A infecção pelo HPV (Papiloma Vírus Humano) causa mais de 500.000 casos de câncer de colo uterino e 275.000 mortes, por ano. A Sífilis na gravidez causa, aproximadamente, 300.000 mortes fetais e neonatais, por ano, e coloca cerca de 215.000 recém-nascidos sob o risco de morte prematura, baixo peso ao nascimento ou Sífilis Congênita. 

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (sigla em inglês AIDS) é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (sigla em inglês HIV). Esse retrovírus ataca o sistema imunológico, atingindo principalmente as células linfócitos T CD4+, sendo capaz de alterar o DNA da célula e fazer cópias de si mesmo, multiplicando-se, rompendo os linfócitos e continuando a infecção. Pacientes Soropositivos podem transmitir o vírus por meio de relações sexuais sem proteção, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho, durante a gravidez ou por meio da amamentação.

“Cerca de 77 milhões de pessoas infectaram-se com o HIV desde o início da epidemia de AIDS, em 1980 até 2020, e cerca de 35 milhões de pessoas morreram de doenças relacionadas à AIDS em todo o planeta”, explica o médico infectologista, Doutor Aldo Luís Lembo Silveira.

O infectologista enfatiza que o método mais eficaz para evitar a transmissão das IST e do HIV/ AIDS, está centralizado no uso de preservativos (masculino ou feminino) durante as relações sexuais. “Em caso de diagnóstico confirmativo, a pessoa Soropositivo tem direito de iniciar o tratamento com os medicamentos antirretrovirais (coquetéis), que impedem que o vírus se replique dentro das células T CD4+, evitando a queda de imunidade e o desenvolvimento da AIDS”, complementa.

O controle das IST no Brasil situa-se num contexto em permanente transformação social e requer protagonismo dos trabalhadores e dos serviços de saúde, entendendo a responsabilidade da identificação, prevenção e tratamento adequado. “Quanto menor for o acesso das pessoas ao tratamento, maior será a duração e a transmissibilidade das infecções”, encerra o médico infectologista, Doutor Aldo Luís Lembo Silveira.

 

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