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Acne na Adolescência

Acne na Adolescência

ACNE NA ADOLESCÊNCIA

2 de agosto de 2016

Dermatologista fala sobre as alterações na pele dos jovens e os respectivos tratamentos

Acne é uma doença de pele muito frequente, que acomete a maior parte dos adolescentes e adultos jovens, mas pode acometer outras faixas etárias.

A juventude é um período onde ocorrem muitas mudanças no organismo, tanto no ponto de vista físico como psíquico. Como a boa aparência é fundamental na adolescência para que haja boa aceitação por parte dos colegas e pessoas ao redor, qualquer alteração na pele pode tornar o adolescente inseguro, tímido, deprimido e com baixa autoestima, causando consequências que persistem pelo resto da vida.

A maioria das alterações que ocorre na pele nesta época da vida está relacionada à produção dos hormônios que se inicia na fase. Esses hormônios sexuais, que são produzidos em maior quantidade, são os andrógenos nos homens (testículos), estrógenos nas mulheres (ovários) e hormônios das suprarrenais (homens e mulheres). São eles que estimulam as glândulas sebáceas a produzir o sebo, principalmente no couro cabeludo, face, costas e peito e que, associados ao fator genético, provocam a formação de cravos e espinhas.

A acne não é contagiosa nem é causada por “sangue sujo”, mas deve ser tratada com a maior brevidade possível e não se esperar porque é “própria da idade” e “vai desaparecer com o tempo”. Deve-se tratar para manter a saúde da pele e a saúde psíquica, assim como para evitar cicatrizes futuras.

Além disso, a acne pode piorar com o estresse, período menstrual, exposição exagerada ao sol, uso de medicamentos como corticoides e contato com óleos e graxas. Há piora no inverno e agravamento do quadro com o hábito de “espremer as espinhas“, uma atitude que ser evitada porque pode provocar cicatrizes inestéticas.

Não existem provas concretas de que a acne é influenciada pela alimentação, mas estudos recentes apontam os doces como agravantes do quadro e a consequente melhora com a alimentação rica em frutas, verduras e peixes.

O tratamento para a acne varia de caso para caso, podendo ser feito com cremes e sabonetes, com remédios via oral ou ambos. A higiene da pele deve ser diária, mas não excessiva, pois pode provocar irritação e piorar a doença.

Já as limpezas de pele podem ser realizadas quando indicadas pelo dermatologista e feitas por esteticista bem preparado, mas nunca por leigos.  Do mesmo modo, os peelings ou esfoliações químicas podem ser usados, de preferência por dermatologistas, para não causar manchas na pele.

Nos casos mais graves, quando há risco de formação de cicatrizes e os demais tratamentos foram ineficazes, pode-se prescrever a isotretinoina, lembrando que ela é contraindicada na gravidez, porque pode provocar má-formação fetal. Deste modo, métodos anticoncepcionais devem ser usados durante o tratamento quando a mulher se encontra na fase reprodutiva. Os efeitos colaterais mais comuns são o ressecamento da pele, lábios e mucosas, o aumento dos triglicerídeos e das enzimas hepáticas. Um teste de gravidez deve ser feito antes do início do tratamento e exames de sangue são realizados periodicamente para controle.

Vale lembrar que a isotretinoina já tem sido usada há 40 anos, sendo considerada segura, sem a ocorrência de efeitos colaterais graves em larga escala e é altamente eficaz nos casos resistentes a outros medicamentos.

Em suma, a adolescência é uma fase de transição entre a infância e a idade adulta e uma época de grandes modificações, sendo que as transformações corporais são as mais angustiantes, pois ocorrem de forma rápida, fora de controle, independentemente da vontade e de forma visível para todos, não podendo ser ocultadas, diferente dos sentimentos, medos e inseguranças.  Por isso, a pele deve ser bem tratada para que haja um desenvolvimento sadio e feliz.

Informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)

Segundo o portal da SBD, “a pele reveste todo o nosso corpo protegendo contra as agressões externas. É uma grande ‘capa de proteção’ contra fungos, bactérias, produtos químicos, físicos e mesmo fatores ambientais, como o sol. Esta barreira de proteção vem das células da epiderme e derme, secreção de sebo e suor, formando uma capa especial, como um manto protetor”.

A instituição que representa os dermatologistas também destaca que “mesmo com toda esta proteção, a pele é permeável e absorve substâncias, tanto que muitas vezes usamos remédio de aplicar na pele com ação interna. Assim, cuidado com o que se usa nela! Esse cuidado deve ser maior na criança e no idoso, pois a pele deles é mais fina e tem maior capacidade de absorção”.

DICAS DA SBD PARA MANTER A PELE HIDRATADA NO INVERNO:

Beba no mínimo dois litros de água;

Evite banhos quentes e muito demorados. Evite se ensaboar demais e usar buchas, que também contribuem para alterar a composição do manto hidrolipídico (hidratante natural produzido pelo organismo) que protege a pele;

Se sua pele for oleosa e acneica, evite hidratante comum no rosto, use oil-free nas áreas de maior oleosidade (rosto e tórax);

Os lábios também costumam ressecar muito no inverno. É importante usar hidratantes labiais para evitar rachaduras;

Use filtro solar diariamente.


Para mais informações acesse: www.sbd.org.br

Por Dra. Priscila Araújo Cardoso Toma
Dermatologista do Hospital Cruz Azul de São Paulo
Mestre em Dermatologia pela Escola Paulista de Medicina

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